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Três indústrias de packaging figuram no ranking Valor Inovação Brasil 2023

Para a categoria de Papel e Celulose, as empresas Klabin, Irani e Smurfit Kappa foram reconhecidas entre as mais inovadoras do país

Na última semana, foi divulgado o resultado do ranking Valor Inovação Brasil 2023, que reconhece as empresas mais inovadoras do país, com base em uma pesquisa que analisou 150 organizações participantes, presentes em 25 setores da economia brasileira. A premiação é promovida jornal Valor Econômico em parceria com a Strategy& – consultoria estratégica da PwC.

Para a categoria de Papel e Celulose, três das cinco companhias reconhecidas atuam com foco no mercado de packaging.

KLABIN

A maior produtora de papéis e soluções em embalagens sustentáveis do país, a Klabin, ocupou a 2ª posição no ranking Valor Inovação Brasil 2023. Recentemente, a companhia concluiu o maior investimento de seus 124 anos de história, o Projeto Puma II, com aporte de R$ 12,9 bilhões. A empresa iniciou as operações da MP 28, com capacidade produtiva de 460 mil toneladas anuais de papel cartão. A produção de papel da unidade Puma II, em Ortigueira (PR), é integrada a produção de celulose da fábrica Puma, na mesma cidade – com capacidade de 1,5 milhões de toneladas anuais de celulose.

Dentre as inovações mais recentes da companhia, vale destacar a primeira linha de produção de celulose fluff obtida com mix de fibras do mundo, sendo 30% de eucalipto e 70% de pinus. Esse material é dedicado ao mercado de produtos de cuidados pessoais – como fraldas e absorventes – e tem o diferencial de ganho de produtividade, já que o eucalipto leva menos tempo para amadurecer que o pinus, que é tradicionalmente utilizado.

Além disso, em 2022, a Klabin implementou três processos produtivos inovadores na unidade Puma. A empresa se tornou a primeira fabricante de celulose do mundo a produzir sulfato de potássio por meio do processamento de resíduos industriais; criou a operação da primeira planta de ácido sulfúrico concentrado de uma fabricante de celulose nas Américas; e instalou gaseificador no processo de queima da madeira, gerando gás de síntese que substitui o uso de óleo combustível no forno de cal e reduz as emissões de CO2.

Durante o ano passado, a empresa também constituiu o seu terceiro centro de inovação, em Jundiaí (SP), voltado para o segmento de embalagens. Além deste, a Klabin ainda possui dois centros em Telêmaco Borba (PR), um voltado ao desenvolvimento florestal e silvicultura de precisão e outro para tecnologia industrial.

Nesse sentido, os mais recentes lançamentos da companhia incluem o Ekoflex – seu primeiro papel para embalagens flexíveis – e a papel cartão klamulti, para embalagens de bebidas.

IRANI

Ocupando a 3ª posição do ranking, a Irani busca inovar tanto em produtos quanto no industrial, com o intuito de gerar eficiência e sustentabilidade. “O uso de papel promove a economia circular, nossa meta é desenvolver soluções que promovam o uso do papel em substituição a outros materiais menos sustentáveis nas embalagens”, afirmou Fabiano de Oliveira, diretor de pessoas, estratégias e gestão da companhia.

A empresa possui um programa de investimentos voltado para inovação de seu parque fabril, com aporte de R$ 1 bilhão iniciado em 2020 – a Plataforma Gaia. Até o primeiro trimestre de 2023, a Irani já realizou investimentos na ordem de R$ 767,5 milhões dentro do programa. Ao todo, são dez projetos envolvendo a modernização das cinco unidades da companhia e a autossuficiência energética, com previsão de conclusão para 2024.

Nesse sentido, o foco principal do projeto é a modernização da fábrica de papel e embalagens em Vargem Bonita (SC), com um aumento de 29% de produção de celulose kraft marrom. Em junho, a Irani iniciou as operações de uma nova caldeira de recuperação de químicos. “Vamos gerar energia com o vapor da queima do licor negro resultante do cozimento de rejeitos da celulose”, explicou Oliveira.

A planta catarinense consome cerca de 21,5 megawatts por hora (MWh) e a caldeira irá gerar 56% da demanda. Assim, a companhia prevê chegar à autossuficiência energética em todas suas unidades até 2030 com os investimentos em pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).

Além disso, no ano passado, a Irani lançou seu primeiro papel voltado ao mercado de construção a seco, um cartão de celulose duplex utilizado nas chapas de drywall para o revestimento do gesso. O mercado é abastecido principalmente por papel cartão importado.

Outra inovação foi o papel para embalagens com tecnologias antiviral e antibacteriana, desenvolvido em 2020 com a parceria da startup Nanox, em razão das preocupações da sociedade em relação à pandemia do coronavírus. “Hoje está sendo muito utilizado em embalagens de brinquedos e no delivery de alimentos”, finalizou o executivo.

SMURFIT KAPPA

A 4ª posição do ranking ficou com a Smurfit Kappa, multinacional irlandesa presente em 35 países. Em 2022, a companhia investiu US$ 18 milhões no Brasil para projetos de tecnologia e inovação, bem como na infraestrutura das suas cinco unidades no país. Além disso, a SK também adquiriu a fábrica de embalagens em papelão ondulado Paper Box, localizada no Rio de Janeiro.

Diante disso, a empresa ainda mantém um de seus 28 centros de experiências globais no país, um espaço dedicado a cocriação de produtos. “É onde recebemos nossos clientes para unir esforços no desenvolvimento de soluções customizadas”, explicou o CEO Manuel Alcalá.

Duas ferramentas tecnológicas desenvolvidas no Brasil auxiliam o trabalho nos centros de experiência da Smurfit Kappa ao redor do mundo. A primeira é a plataforma eWheel, dedicada a encontrar soluções adequadas a cada uma das missões de compra dos clientes da empresa. Já o software Impackt simula o uso das embalagens ao longo dos anos e ajuda a quantificar o impacto ambiental.

Fonte
Valor Econômico
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