Suzano entra no mercado de embalagens com aquisição de US$ 100 milhões nos EUA
A movimentação segue a estratégia de internacionalização e de entrada no segmento de packaging da companhia, apresentada anteriormente na oferta de US$ 15 bilhões pela International Paper
A Suzano adquiriu duas fábricas da Pactiv Evergreen, produtora de celulose e papel cartão usado em embalagens de alimentos líquidos frescos e copos nos Estados Unidos. A aquisição somou um montante de US$ 110 milhões (quase R$ 600 milhões no câmbio de hoje) e deve ser finalizada até o final do ano. A movimentação segue a estratégia de internacionalização e de entrada no segmento de packaging da companhia, apresentada anteriormente na oferta de US$ 15 bilhões pela International Paper.
Marcando a chegada das operações industriais da Suzano aos EUA, bem como o início de sua atuação no segmento de embalagens para food service, as fábricas estão instaladas em Pine Bluff, no Arkansas, e em Waynesville, na Carolina do Norte. A planta em Pine Bluff tem produção integrada de celulose e papel cartão, com capacidade instalada de 420 mil toneladas por ano, enquanto a de Waynesville é dedicada à extrusão e tratamento do papel, que será vendido para a própria Pactiv e para outros convertedores de embalagens nos Estados Unidos.
“É uma fábrica de tamanho médio, que certamente representa um primeiro passo no mercado americano. A Suzano vai buscar outras oportunidades no futuro”, afirmou o vice-presidente executivo financeiro, relações com investidores e jurídico da companhia, Marcelo Bacci.
DESISTÊNCIA DA INTERNATIONAL PAPER
Há cerca de duas semanas, a Suzano desistiu da aquisição dos ativos da estadunidense International Paper (IP), líder no mercado americano de embalagens de papelão ondulado, num negócio avaliado em US$ 15 bilhões.
Segundo Bacci, a empresa vai usar recursos próprios na aquisição das fábricas da Pactiv, que emprega cerca de 800 pessoas nas duas unidades, sem impacto relevante em seu balanço. “Era um alvo preferencial por causa da localização geográfica [das fábricas], do acesso à madeira, da qualidade dos equipamentos e do posicionamento comercial”, declarou.
De acordo com o vice-presidente executivo de Papel e Embalagens da Suzano, Fabio Almeida, o mercado de embalagens nos Estados Unidos é relevante, e a companhia brasileira vinha estudando há algum tempo uma porta de entrada, uma vez que traz menor volatilidade em termos de volume e preço. Além disso, a demanda por embalagens para alimentos líquidos frescos cresce a taxas interessantes nos Estados Unidos.
“São dois ativos bem posicionados do ponto de vista de logística e de custo [de produção]. É um investimento importante para nossa ambição em ‘packaging’ e tem espaço para futura expansão”, concluiu.