Smurfit Kappa investe US$ 140 milhões na Colômbia em 2023
A empresa é a maior produtora de caixas no país e está investindo em uma nova fábrica de papelão, uma caldeira de biomassa e na modernização de uma de suas fábricas de celulose

Em 2021, a greve nacional na Colômbia bloqueou os acessos às fábricas da Smurfit Kappa em Yumbo, Valle del Cauca, por 40 dias. Neste período, um cliente da companhia precisou enviar um pequeno avião para pegar um carregamento de caixas para evitar uma crise com falta de dispositivos médicos, em um momento em que o país ainda lutava contra a ameaça persistente da pandemia. Foram momentos verdadeiramente críticos para a empresa e para o país.
“Aquele foi o momento mais difícil para mim e para a empresa nos 80 anos em que está na Colômbia”, afirmou Álvaro Henao, presidente da Smurfit Kappa para Colômbia, Equador, Peru, América Central e Caribe, em entrevista à Forbes. “Tudo o que se move na economia se move em caixas”, explicou o executivo.
Henao chegou à empresa como estagiário recém-formado pela Universidad de los Andes como engenheiro industrial. Agora, como líder regional, ele comanda 7.363 pessoas diretas e indiretas em uma empresa que em 2022 registrou US$ 500 milhões em vendas.
A Smurfit Kappa, com sede na Irlanda, instalou sua operação na cidade de Cali, na Colômbia, desde meados do século passado, devido à proximidade do porto de Buenaventura e do rio Cauca, bem como as vantagens que existiam na época para atrair empresas multinacionais. Além de produzir embalagens à base de papel, a companhia é a maior produtora de papel, maior recicladora de papel e papelão e a maior reflorestadora privada do país.
Para esta operação, conta com três plantas em Barranquilla, seis plantas em Medellín, quatro plantas em Bogotá e 11 plantas no Valle del Cauca, distribuídas entre Cali, Yumbo e Palmira. Já a divisão florestal está dividida em 33 municípios com quase 70 mil hectares onde planta pinus e eucalipto.
Na Colômbia, a Smurfit Kappa tem 40% de participação no mercado de papelão ondulado, que é seu principal produto. A partir dessa operação, eles exportam o papel para fábricas de outros países para que sejam feitas as caixas.
“No geral, tem sido um ano difícil”, admitiu Álvaro. “Estamos passando por um volume menor em relação ao ano passado. É uma combinação de menor demanda na maioria dos mercados em que atuamos e muitos dos clientes acabaram com estoques elevados. Os pedidos estão diminuindo porque até que os estoques sejam vendidos, eles não são renovados, embora acreditemos que a parte de correção de estoques esteja chegando ao fim”.
Mesmo assim, os investimentos em território colombiano não param. A empresa destinou US$ 55 milhões para uma nova fábrica de papelão ondulado em Guarne, na Antioquia, mais US$ 100 milhões para uma caldeira de biomassa em Cali e outros US$ 60 milhões para a modernização de uma de suas fábricas de celulose. A execução dos investimentos durante 2023 é de US$ 140 milhões.

“O grupo tem sido generoso em aprovar uma grande quantidade de investimentos e eles não são feitos porque somos queridos, mas porque devem ter retorno. A realidade é que o grupo investe aqui porque, no passado, os investimentos tiveram retorno e se ganha essa confiança”, indicou o executivo, que comanda uma operação que representa cerca de 10% do faturamento global do Grupo Smurfit Kappa.
Entre seus mais de 2.600 clientes, dos quais 60% pertencem ao setor de consumo de massa, as sacolas de papel que produzem vêm se posicionando para substituir as sacolas plásticas.
Em sua divisão florestal, que planta árvores sem interrupção desde 1969, abriga áreas verdes nas regiões de Cauca, Valle del Cauca e Eje Cafetero. Após a colheita, novas árvores são semeadas.
“A Colômbia poderia ser uma potência florestal, como são Brasil, Chile e Uruguai”, disse Henao. “Temos áreas improdutivas destinadas à pecuária que poderiam ser utilizadas para reflorestamento. Toda a madeira ilegal extraída das florestas tropicais poderia ser substituída por florestas dedicadas ao reflorestamento, mas falta vontade. O reflorestamento é um negócio de longo prazo, o governo precisa incentivar as pessoas a querer entrar nesses negócios”.
Algumas universidades identificaram 2.839 espécies de flora e fauna na reserva florestal Smurfit Kappa, na Colômbia, das quais 52 estão em perigo de extinção. E terceiros certificaram que, com essas plantações florestais comerciais, removeram 9,3 milhões de toneladas de dióxido de carbono da atmosfera.
A Smurfit Kappa está no mercado colombiano há oito décadas, não só com caixas e sacolas de papel e papelão, mas também com áreas verdes que se estendem por vários departamentos, milhares de empregos e impacto em suas comunidades.