Setor de embalagens tem desempenho negativo em Minas Gerais no início de 2023
De janeiro a maio deste ano, o segmento registrou recuo de 20% a 30% no faturamento ante o mesmo período no ano passado

De acordo com dados do Sindicato das Indústrias de Celulose, Papel e Papelão do Estado de Minas Gerais (Sinpapel), o desempenho do setor no estado ficou abaixo do esperado no acumulado dos primeiros cinco meses de 2023, com recuo de 20% a 30% no faturamento ante o mesmo período no ano passado. Segundo o vice-presidente do Sinpapel, Antônio Eduardo Baggio, “o percentual da queda vai depender da área de atuação da empresa”.
Nesse sentido, a capacidade ociosa das indústrias do setor no período varia de 30% a 35%. “Nos anos de 2021 e 2022, o patamar de ociosidade era outro, bem menor, de 10% a 15%. O mercado está travado e as empresas estão refazendo seus planos. A sensação é que o consumidor final está com receio de gastar”, observou Baggio.
Conforme análise do dirigente, o desempenho do setor entre janeiro e maio é resultado de um novo cenário da economia brasileira, com o retorno das atividades e consumo presencial após o período de pandemia, que impulsionou o consumo do e-commerce e delivery. Em 2022, por exemplo, o crescimento real (descontada a inflação) da atividade em Minas Gerais foi de 4% na comparação com o exercício anterior.
Dentro desse contexto, segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm, as vendas on-line no país registraram recuo de 4,3% na comparação anual.
PERSPECTIVA PARA O SEGUNDO SEMESTRE
Segundo avaliação de Baggio, a perspectiva para o segundo semestre deste ano é de melhora no ritmo de negócios, já que o período representa cerca de 60% do movimento setor no ano. Contudo, mesmo que o desempenho seja positivo, o resultado dos próximos seis meses não deve ser capaz de mudar o resultado negativo do estado em 2023. O vice-presidente da entidade aposta em recuo do volume e do faturamento de 12% a 15% neste ano ante 2022.
Antônio ressalta, ainda, que o aumento nos custos do setor de 2020 até o momento chega a 100% e é outro fator que atrapalha os resultados do segmento, dominado em Minas Gerais pelas pequenas indústrias. Ele estima que 200 empresas estão em atividade no estado, sendo cerca de 40% instaladas na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ao todo o setor deve empregar aproximadamente 35 mil pessoas em Minas.