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Setor de embalagens deve registrar novas fusões e aquisições em 2024

Recentemente, a Mondi informou que está avaliando a aquisição da concorrente britânica DS Smith

Neste ano, novas transações de fusão e aquisição (M&A, na sigla em inglês) devem ser realizadas no mercado brasileiro e internacional, com destaque para o setor de embalagens, que têm registrado a maior parte dessas operações, bem como as mais relevantes, movimentando o ranking global da indústria.

Em 2023, a Smurfit Kappa e a WestRock – dois dos maiores players da indústria de embalagens de papel – confirmaram a fusão entre as duas companhias, dando origem a um novo gigante da indústria de embalagens de papel, avaliado em US$ 20 bilhões, a Smurfit WestRock.

Recentemente, a Mondi, líder global na produção de embalagens e papéis sustentáveis, informou que está avaliando a aquisição da concorrente DS Smith, multinacional especialista em soluções de embalagens sustentáveis. A união entre as duas companhias pode criar um gigante avaliado em mais de 10 bilhões de libras – o equivalente a US$ 12,6 bilhões.

De acordo com um levantamento da consultoria Kroll, no último ano, o Brasil registrou oito operações de M&As na indústria de embalagens e, com exceção de uma, todas as transações foram fechadas por investidores estratégicos. Nesse contexto, a IGC Partners, butique de M&As, estima entre 10 e 15 operações.

Segundo Gustavo Mandel, sócio e responsável pela área de embalagens da IGC, o ano passado foi o melhor da história em número de transações no geral, mas o setor de embalagens vem ganhando posição de destaque e atraído investidores estratégicos e financeiros, locais e internacionais. “É um mercado que movimenta mais de R$ 120 bilhões no Brasil e cresce consistentemente”, afirmou. “Em todos os segmentos [de embalagem] há movimento de M&A”, complementou o executivo.

Conforme Mandel, a IGC Partners fez o mapeamento desses mercados conversando com quase 300 investidores globais e identificou entre 70 e 80 investidores que comprariam Brasil. “Estamos otimistas com o mercado”, declarou.

A indústria global de embalagens permanece aquecida no âmbito de fusões e aquisições, com cerca de 200 transações publicadas no ano passado, conforme a IGC. Nesse sentido, de acordo com Mandel, a casa está envolvida em projetos em todos os segmentos. “A janela está positiva. Somos agnósticos em relação à política e economia, porque nossa visão é de longo prazo”, revelou.

Alexandre Pierantoni, head de Corporate Finance da Kroll no Brasil, avalia que a atividade de M&A no país terminou o último ano melhor do que começou e deve manter o vigor em 2024. Em janeiro, o número de transações, no geral, teve aumento de 12% na comparação anual, para 111. “O novo patamar de taxa de juros e o fato de não haver ruído político e preocupação com início de mandato [presidencial] como no ano passado ajudam bastante”, afirmou.

No mercado de embalagens, Pierantoni ressalta o crescente interesse de investidores internacionais por ativos no país. Atualmente, a Kroll tem dois mandatos, no segmento de embalagens flexíveis.

Ainda segundo Pierantoni, por estar mais exposto ao consumo imediato, o setor de embalagem não apesenta grande sensibilidade às oscilações da economia e cresce a taxas saudáveis puxado também pelo avanço do delivery. “Tem também o movimento de substituição para embalagens mais ESG”, disse.

Nesse contexto, além do crescimento consistente do mercado, capacidade produtiva e qualidade do ativo também são levados em conta pelos potenciais compradores. “Há espaço para mais operações em 2024”, conclui.

Fonte
Valor Econômico
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