Queda na produção de embalagens marca o fim da pandemia
Segundo Luciana Pellegrino, diretora executiva da ABRE, a retomada à normalidade indica uma queda no consumo de bens de consumo, o que puxa o resultado da produção de embalagens

Conforme um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a produção de embalagens no Brasil alcançou o valor bruto de R$ 123,2 bilhões em 2022, com crescimento de 3,9% na comparação anual. Todavia, em termos de volume, o setor registrou uma retração de 4,5%. Nesse contexto, entre os produtos usados, o papelão ondulado tem cerca de 20% de participação.
“O desempenho da indústria de embalagens está ligado ao das principais indústrias de bens de consumo”, afirmou Luciana Pellegrino, diretora executiva da Associação Brasileira de Embalagem (Abre). Conforme explicou a executiva, ao menos 70% das embalagens produzidas são direcionadas para acondicionamento de produtos desse segmento.
Para Luciana, a queda na produção de embalagens está relacionada ao arrefecimento da pandemia, que mostrou uma retomada na procura por serviços – com a volta do consumo no comércio e a retomada de cursos, viagens e academias, é natural que o consumo de produtos embalados recue.
Além disso, o setor de embalagens também observou uma queda da importação de embalagens no último ano, com um total de US$ 648,4 milhões (-8%), ainda neste cenário de volta à normalidade pós-pandemia.
Segundo a diretora, houve uma acomodação dos números em patamares realistas, e o momento é propício para direcionar mais ações de sustentabilidade.
“Estamos olhando para a reutilização e a logística reversa, além de conduzir pesquisas para pensar sobre o design da embalagem, que precisa ser sustentável desde a concepção, considerando todo o ciclo de vida”, apontou Pellegrino.
Diante disso, a empresa especializada em logística reversa eureciclo indicou ter destinado 745 mil toneladas de embalagens pós-consumo de volta à cadeia produtiva, durante o ano de 2022. Já a Tetra Pak, multinacional fabricante de embalagens, que também possui ações voltadas à economia circular, alcançou a certificação Lixo Zero em suas duas plantas no Brasil.
“Nós, como indústria, temos que nos manter atualizados, para criar valor para o consumidor e com a nova geração de consumidores, buscando se manter sempre competitivo”, afirmou Luciana, com exclusividade ao Portal Packaging.