Programa de logística reversa recupera 163 mil toneladas de embalagens em 2022
O programa Mãos Pro Futuro apoiou mais de seis mil catadores no último ano, gerando melhoria na qualidade de vida e aumento na renda

Em 2022, o programa Mãos Pro Futuro, criado e coordenado pela Associação Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), registrou 163.845 toneladas de massa de embalagens recuperadas e enviadas para a reciclagem, volume 11,3% acima do reportado no ano anterior.
O resultado do ano passado é o novo volume recorde alcançado pelo programa, que apresenta frequente progressão no volume recuperado ao longo dos anos. “Essa tendência de crescimento nos resultados dá a todos os envolvidos com o Mãos Pro Futuro confiabilidade, estabilidade e previsibilidade quanto ao atendimento de metas exigidas pelas diferentes regulamentações governamentais, sejam elas em nível federal ou estadual”, afirmou João Carlos Basilio, presidente-executivo da Abihpec.
Atualmente, 182 organizações de catadores, que atuam em 165 municípios do Brasil integram o Mãos Pro Futuro. Ao todo, entre 2013 e 2022, o projeto recuperou 966.345 toneladas de resíduos, resultado dos investimentos de R$ 138 milhões, realizado prioritariamente em associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis. Os recursos são utilizados na melhoria de infraestrutura, aquisição de equipamentos e caminhões, pagamento por tonelada recuperada, capacitação e assessoria técnica, software de gestão, divulgação, entre outros.
Considerando esse total de massa recuperada, estima-se que cerca de 3,7 milhões de toneladas de CO2 deixaram de ser emitidas. Além disso, no setor produtivo, houve uma economia estimada de R$ 710 milhões em custos econômicos e ambientais, o que engloba, por exemplo, economia em energia, consumo de água, em perda de biodiversidade, além de uma solução de baixa emissão de gases de efeito estufa (GEE).
TRANSFORMANDO VIDAS
Além de sua contribuição para a reciclagem no país, o Mãos Pro Futuro proporciona uma melhoria na qualidade de vida e aumento de renda para trabalhadores.
De acordo com o relatório anual de 2022, os mais de seis mil catadores de materiais recicláveis apoiados pelo programa tiveram uma renda média de R$ 1.512,00. Considerando que o salário-mínimo nacional, em 2022, foi de R$ 1.302,00, a renda média destes profissionais ficou 16% acima do salário-mínimo. “Trabalhar com reciclagem é a principal fonte de renda de muitas famílias que vivem dessa atividade de grande importância para toda a sociedade”, disse Rose Hernandes, diretora executiva de Meio Ambiente da Abihpec e responsável pela coordenação do programa.
Segundo levantamento realizado junto às 182 cooperativas e associações participantes do programa, atualmente, 56% dos cooperados são mulheres e 44% homens, dado semelhante ao de 2021, o que reforça o protagonismo feminino como profissional de reciclagem.
“Além de auxiliar as empresas no cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos, no plano ambiental, o programa estimula a reciclagem, e no plano econômico fortalece e formaliza a cadeia de reciclagem, que hoje protagoniza um elo de suprimentos importante para uma transição eficiente em prol da Economia Circular. Já no plano social, valoriza e empodera os trabalhadores da reciclagem, a fim de que essa nova economia, além de prezar pela circularidade de nossos recursos, seja também mais inclusiva”, apontou Rose.