Produção de embalagens tem alta de 4,6% no segundo trimestre
O resultado interrompe o período de cinco trimestres de retração e melhora a previsão do desempenho da indústria para este ano

Após cinco trimestres de retração, a produção de embalagens no Brasil teve alta de 4,6% no segundo trimestre de 2022, melhorando a previsão do desempenho da indústria para este ano. Anteriormente, o setor esperava um recuo de 1% na produção física anual, mas segundo estudo macroeconômico da Abre, realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), agora a previsão é mais moderada, como queda de 0,5%.
Medidas governamentais que aqueceram a economia, como a liberação de recursos do FGTS, impactaram o consumo, principalmente na indústria de alimentos e bebidas, o que ajuda a justificar o crescimento do setor de embalagens.
O estudo aponta ainda que, com exceção da madeira, houve alta na produção todos os tipos de embalagens, com o segmento de papel e papelão ondulado registrando uma crescente de 5,3% durante esse último trimestre.
“A grande preocupação, atualmente, é com o endividamento das famílias, em especial com o índice elevado daquelas que têm dívida em atraso”, afirma Marcos Barros, presidente do conselho diretivo da Abre. Em julho, o país registrou 78% das famílias endividadas e 29% com contas ou dívidas em atraso.
Nesse contexto, a indústria prevê uma acomodação da demanda no segundo semestre. No entanto, um estudo realizado pelo setor supermercadista indica que o cenário de endividamento das famílias pode deslocar os gastos com vens duráveis para alimentos e bebidas, o que não afetaria a produção de embalagens.
Além disso, de acordo com Barros, após a forte pressão vista no último ano, os preços dos insumos estão desacelerando, o que pode oferecer alguma estabilidade para o setor. Outro fator é que a escassez generalizada vista no passado agora se concentra em alguns produtos específicos.