Papirus mapeia biodiversidade ao redor de sua fábrica e identifica 141 espécies de fauna

A Papirus, uma das principais fabricantes de papel cartão do Brasil, concluiu um levantamento de biodiversidade na área que circunda sua fábrica em Limeira, interior de São Paulo. O estudo identificou 141 espécies de animais e 77 espécies de árvores, das quais três estão ameaçadas de extinção. Realizada pela empresa de Estudos Ambientais Faunística, a análise reforçou a importância de preservar e restaurar o ecossistema local, situado na região histórica “terras de Salto Grande”, ao longo das margens dos rios Atibaia e Jaguari.

A Mata Atlântica que cerca a unidade ocupa cerca de 54 hectares e é considerada um refúgio para uma fauna e flora diversificadas. Entre os animais identificados, 106 são aves, incluindo 49 espécies de passarinhos, 20 aquáticas e 7 de rapina. Também foram registradas 17 espécies de mamíferos, como gambás, jacarés, lagartos e serpentes, além de 8 espécies de anfíbios, número que foi influenciado pelo período de final de chuvas em que o levantamento foi realizado.

Na flora, foram destacadas espécies de árvores importantes para o ecossistema, como o ipê felpudo, o jequitibá rosa (considerado uma das maiores árvores da Mata Atlântica) e o cedro rosa, todas listadas como ameaçadas de extinção. Também foram observadas espécies relevantes para o equilíbrio ecológico, como a figueira branca, que serve de alimento para diversas espécies animais.

De acordo com Antonio Pupim, Co-CEO da Papirus, o estudo faz parte do compromisso da empresa com a sustentabilidade. “Buscamos conhecer as riquezas naturais locais, a fim de contribuir para a manutenção do patrimônio biológico”, afirmou Pupim, destacando que a empresa é a maior recicladora de papel cartão do país. “Nosso compromisso com o meio ambiente abrange toda a cadeia de produção do papel cartão, e o ecossistema no qual estamos inseridos, o que inclui o entorno da nossa fábrica”, complementou.

 

MÉTODO DE LEVANTAMENTO

O trabalho de identificação da flora foi realizado com reconhecimento visual das árvores em áreas de mata nativa (APPs), além de registros fotográficos, coleta de folhas, flores e frutos, incluindo o georreferenciamento e a medição de árvores de grande porte.

Para o levantamento da fauna, foram realizados censos de aves por meio de observação direta e reconhecimento de cantos. A busca ativa de anfíbios envolveu o monitoramento de áreas úmidas à noite, enquanto os répteis foram localizados em áreas de chão de mata e sob pedras. Mamíferos foram identificados por meio de avistamentos, análise de pegadas, tocas e fezes. Também foram utilizadas armadilhas fotográficas e realizadas entrevistas com funcionários e colaboradores.

“O levantamento confirmou a riqueza da biodiversidade da Mata Atlântica da região e a importância de termos essa visão ambiental regional para avaliar como podemos ajudar na preservação da flora e da fauna local”, disse Pupim.

O monitoramento contínuo de fauna e flora permitirá o registro de novas espécies, especialmente aquelas que realizam migrações ou têm atividades sazonais, como anfíbios e répteis. Também será possível acompanhar a reprodução das árvores, coletar sementes e promover o controle de espécies exóticas, como a Leucena, que impacta negativamente as espécies nativas.

A BIODIVERSIDADE DA MATA ATLÂNTICA

O bioma da Mata Atlântica é um dos mais ricos em biodiversidade no Brasil. Estima-se que ele abrigue 15.700 espécies de plantas, das quais 1.544 estão ameaçadas de extinção e 82% são endêmicas, ou seja, só existem nesse bioma.

No que diz respeito à fauna, a Mata Atlântica é habitat para 1.015 espécies de aves, 540 de anfíbios, 350 de peixes, 322 de mamíferos e 200 de répteis. Ao todo, 380 dessas espécies estão em risco de extinção.

A preservação da Mata Atlântica tem impacto direto na vida de 60% da população brasileira, que reside em regiões abrangidas por esse bioma, o equivalente a cerca de 145 milhões de pessoas.