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Mercado chinês de papéis para embalagem tem consumo baixo e oferta alta durante 2022

Apesar do consumo mais baixo, a produção chinesa de papel e papelão aumentou 2,6%, com a oferta superando o consumo pela primeira vez em três anos

O consumo de papel e cartão na China apresentou queda em 2022, pela primeira vez em quatro anos, em razão das medidas rigorosas para conter o coronavírus no país, que causaram um arrefecimento econômico. Este ano, o mercado chinês apresentou uma recuperação decepcionantemente branda, o que causou repercussões em outras partes da Ásia.

“O estado real do consumo pode ser ainda pior do que o relatado, porque os dados chineses não levam em consideração fatores como estoques mantidos pelos distribuidores”, afirmou uma fonte da indústria no Japão.

De acordo com a China Paper Association, o consumo de papel totalizou cerca de 124 milhões de toneladas em 2022, queda de 1,9%. O único segmento que teve resultado positivo foi o papel para uso doméstico, incluindo o papel higiênico, com alta de 1,2%.

No segmento de papéis para embalagens, o papel cartão teve queda de 3,4%, para 13,79 milhões de toneladas, enquanto o uso de chapas de papelão caiu 1,2%, para 31,59 milhões de toneladas. A crise econômica refreou as transações business-to-business, esfriando a demanda por embalagens. O segmento também foi prejudicado por uma queda nas exportações de eletrônicos e outros produtos em meio a desacelerações nos EUA e na Europa.

Além disso, muitas vezes as entregas de e-commerce não podiam ser feitas, pois os municípios chineses bloqueavam o acesso a complexos de apartamentos onde foram relatados casos de coronavírus. Datas comemorativas com típica movimentação de compras on-line foram marcadas por um desempenho fraco no último ano.

No entanto, apesar do consumo mais baixo, a produção chinesa de papel e papelão aumentou 2,6%, para 124,25 milhões de toneladas em 2022, com a oferta superando o consumo pela primeira vez em três anos.

O principal player em papelão no país, a Nine Dragons Paper, registrou uma queda de receita próxima a 10%, na comparação anual, durante o segundo semestre. Para lidar com o aumento dos estoques, a empresa suspendeu a produção e cortou os preços, conforme mostram suas demonstrações financeiras.

Dessa forma, com o setor abastecido, a China exportou 8,58 milhões de toneladas de papel e papelão, um salto de 56,9%. Assim, os mercados do leste da Ásia foram inundados com produtos chineses, fazendo com que os preços caíssem.

Fonte
Nikkei Asia
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