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Klingele aposta no mercado brasileiro de caixas de papelão

O grupo europeu tem investido em tecnologia de ponta para atender o mercado nacional, com foco no segmento de embalagens premium para frutas

O grupo europeu Klingele Paper & Packaging, que chegou ao Brasil em 2020, com a compra de uma fábrica de papel, vem investindo em tecnologia de ponta para expandir sua atuação no mercado nacional de caixas de papelão ondulado, com foco no segmento de embalagens premium para frutas. Neste setor, a embalagem pode alcançar um custo maior do que o próprio produto.

A Klingele Embalajes Canarias, subsidiária do grupo, com sede e fábrica em Tenerife, na Espanha, tem investido em uma nova impressora rotativa alemã de última geração, com o objetivo de atender aos requisitos e exigências de qualidade dos grandes exportares de frutas no país. Os investimentos somam € 3 milhões.

“Estamos investindo na máquina por causa da exportação de frutas no Brasil”, diz a gerente comercial regional Brasil e América Latina da Klingele Canarias, Kelly Ribeiro. O equipamento oferece impressão em cinco cores e o que há de mais sofisticado na área.

Kelly Ribeiro, gerente comercial regional Brasil e América Latina da Klingele Canarias

As caixas comercializadas no Brasil saem da unidade de Tenerife, que importa o kraftliner produzido na fábrica de Nova Campina (SP), converte na planta espanhola – e outras do grupo – e o exporta de volta para o país. Na próxima safra, a empresa espera vender 12 mil toneladas de caixas.

A unidade paulista é capaz de produzir anualmente 162 mil toneladas de kraftliner, enquanto a capacidade de conversão na Espanha alcança 30 mil toneladas anuais de caixas.

Além de produtores agrícolas, clientes na piscicultura e de proteína animal estão no radar da empresa.

A companhia é uma das grandes fabricantes europeus de papéis e embalagens, e comprou a planta no Brasil que a Klabin havia anteriormente adquirido da International Paper Embalagens, por R$ 196 milhões.

Segundo Kelly, não há planos de instalar uma conversão no Brasil por enquanto, mas esta é uma possibilidade a ser avaliada quando os negócios tiverem escala.

De acordo com a executiva, que chegou à Klingele há nove meses com objetivo de expandir as vendas no Brasil e América Latina, o fato de os clientes brasileiros se valerem do regime de “drawback” ao importar a embalagem e exportar frutas também favorece o modelo atual de exportação de kraftliner e importação das caixas

Ela estará no Bahia Farm Show nos próximos dias, evento do agronegócio que reúne produtores de frutas secas, e visitará grandes produtores em Mossoró (RN) e Petrolina (PE). A ambição é regressar a Tenerife com novos clientes e representantes comerciais contratados.

O grupo Klingele alcançou um faturamento consolidado de mais de €1 bilhão no ano passado. Uma de suas apostas é a integração das operações para permanecer competitivo e se proteger dos riscos de escassez de papel, além da pressão de custos. Em razão de seu modelo integrado de produção, bem como um contrato competitivo com a MSC para atendimento aos portos brasileiros, Kelly afirma que a empresa conseguiu congelar os preços de embalagens para manga e limão frescos até julho, a despeito dos preços históricos do kraftliner e dos problemas logísticos que resultaram na escalada do frete.

Fonte
Valor Econômico
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