Klabin prevê novos reajustes em embalagens em 2025 para recompor margens
Com crescimento na demanda e pressão dos custos, companhia retomou produção de reciclados e encerrou ciclo de investimentos com inauguração em Piracicaba

A Klabin planeja aplicar novos reajustes nos preços de suas embalagens ao longo de 2025, com o objetivo de recuperar a rentabilidade do segmento. Segundo a companhia, o aumento da demanda e a elevação dos custos de produção comprimiram as margens do negócio no ano passado.
“O movimento vem sendo feito desde o último trimestre do ano passado e isso deveria acompanhar o restante do ano”, afirmou Douglas Dalmasi, diretor de Embalagens da Klabin, durante evento de inauguração da unidade Piracicaba II, realizado nesta quarta-feira, 27, na cidade de Piracicaba (SP).
Em 2024, o volume de vendas de papelão ondulado da Klabin cresceu 6,3% em metros quadrados, superando a média nacional de 5,3% registrada pela Associação Brasileira de Embalagens de Papel (Empapel). Em toneladas, a companhia registrou alta de 5,5% no volume expedido, acima dos 4,9% observados pelo setor e estabelecendo um novo recorde para a indústria.
Além do avanço da demanda, que tende a pressionar os preços, Dalmasi destacou o impacto de aumentos nos preços dos combustíveis e das aparas de papel — matéria-prima essencial para o papel reciclado — nos custos de produção. “Os preços das embalagens ficaram estáveis no passado. Nesse ano vamos ter que repassar a inflação de custos. Ninguém está aguentando a margem no setor hoje”, afirmou.
A receita líquida da Klabin no quarto trimestre de 2024 somou R$ 5,3 bilhões, um avanço de 17% em relação ao mesmo período do ano anterior. De acordo com a empresa, o negócio de embalagens contribuiu com um crescimento de 14% nesse resultado.
Dalmasi também anunciou que a empresa retomará, a partir de maio, a produção de papel reciclado na unidade de Paulínia (SP). As operações haviam sido parcialmente suspensas em algumas unidades de reciclados, com foco temporário na utilização de fibra virgem nas embalagens.
A inauguração da unidade Piracicaba II simboliza o encerramento de um ciclo de investimentos considerado o maior da história da Klabin. Uma das metas principais desse ciclo foi reforçar a integração da cadeia produtiva, o que garante à empresa maior flexibilidade estratégica na escolha entre a produção de papel ou embalagens.
Dalmasi destacou que esse modelo integrado representa uma vantagem competitiva importante diante de um cenário geopolítico mais volátil. “Quando o mercado externo está mais estável, a gente integra e produz mais caixas. Mas, quando o mercado externo está mais aquecido, a gente manda mais papel para exportação e compra papel do mercado local”, explicou.
Atualmente, o nível de integração da empresa varia entre 65% e 75%, e deve se manter nessa faixa ao longo de 2025. A meta é atingir 80% em até três anos, conforme o executivo.