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Klabin posterga investimentos para 2024 e mercado tem reação negativa

Segundo analista do Itaú BBA, a previsão veio como surpresa negativa, na contramão das expectativas de menor comprometimento da geração de caixa no ano que vem

A Klabin anunciou que pretende investir R$ 4,5 bilhões em 2024, o que representa cerca de R$ 900 milhões em aportes postergados de 2023 para o próximo ano – o que reduziu o total de inversões deste ano de R$ 5,4 bilhões para R$ 4,5 bilhões. Após o anúncio das estimativas para o ano que vem, as ações da companhia apresentaram queda.

Segundo o diretor financeiro e de relações com investidores, Marcos Ivo, “com o projeto Puma II e o projeto Figueira dentro do cronograma previsto, foi possível postergar pagamentos”. Além disso, o valor estimado para 2024 já abrange R$ 300 milhões em preparação à troca da caldeira da unidade Monte Alegre (PR).

O executivo ainda destacou que o salto de R$ 400 milhões para R$ 1,1 bilhão destinados a compra de madeira em pé está “absolutamente em linha” com o esperado, com a previsão de novas máquinas de papel do Puma II produzindo mais, bem como a estratégia de comprar a matéria-prima com antecedência de dois a três anos.

Conforme o diretor-geral da Klabin, Cristiano Teixeira, a companhia “tem pretensões grandes a médio prazo, que trarão saltos de geração de caixa maiores”, embora, por questões de confidencialidade, ainda não é possível detalhar os planos da empresa. Teixeira acrescentou, ainda, que no curto prazo o foco é a expansão florestal.

Nesse contexto, a liderança da Klabin espera resultado operacional crescente nos próximos anos, devido a capacidades adicionais já previstas, além de um custo caixa total por tonelada semelhante ao de 2023 durante 2024, em termos nominais. As iniciativas de eficiência devem compensar a inflação do período, bem como uma diluição de custos por maior volume e queda nos custos fixos.

PERSPECTIVA DO MERCADO

O analista Daniel Sasson, do Itaú BBA, destacou em nota a clientes que a previsão de investimentos mais “carregados” em 2024 veio como surpresa negativa, na contramão das expectativas de menor comprometimento da geração de caixa no ano que vem.

Além disso, os gastos estimados em cerca de R$ 1 bilhão para aquisição de madeira – com vistas do montante se sustentar até 2028 – também chamaram atenção. A companhia tem indicado já há alguns anos que teria de recorrer ao insumo de terceiros para abastecer o Puma II.

“Praticamente concluímos a compra e arrendamento de terras para abastecer do segundo ciclo em diante. Atingimos 90%”, indicou Marcos Ivo. Segundo o executivo, a expectativa é que a participação de terceiros comece a cair em 2025.

Fonte
Valor Econômico
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