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Klabin obtém certificação do FSC para mel como produto florestal não madeireiro

Reconhecimento, inédito nas Américas, resultou de parceria entre produtores de mel, FSC Brasil e Imaflora

Pela primeira vez nas Américas, o mel foi oficialmente reconhecido como um produto florestal não madeireiro (PFNM) dentro dos critérios de certificação do FSC® (Conselho de Manejo Florestal). A inclusão representou um marco para a gestão sustentável de áreas florestais na Mata Atlântica e resultou de uma articulação entre a Klabin, o Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola), o FSC Brasil e produtores de mel da serra catarinense.

CERTIFICAÇÃO E MANEJO SUSTENTÁVEL

A mudança foi possível após atualização recente dos padrões do FSC®, que passaram a contemplar o mel como parte do escopo de manejo responsável. A Klabin identificou a oportunidade a partir de sua prática de plantio em mosaico, adotada desde a década de 1950, que intercala áreas de pínus e eucalipto com faixas de floresta nativa conservada.

Em Santa Catarina, a companhia mantém operações florestais em municípios com tradição na apicultura. Nessas localidades, produtores autorizados utilizam a diversidade da flora e a ausência de defensivos agrícolas para conduzir uma produção diferenciada.

“Essa certificação reconhece a qualidade do mel da região e reforça o impacto positivo que uma floresta manejada de forma sustentável tem sobre a sociedade do entorno. Trata-se de um exemplo concreto de como o uso múltiplo da floresta pode gerar valor e oportunidades. E demonstra, ainda, como uma empresa pode ser catalisadora de arranjos produtivos locais para promover o desenvolvimento sustentável”, afirmou Julio Nogueira, gerente de Sustentabilidade e Meio Ambiente da Klabin.

IMPACTOS NA CADEIA PRODUTIVA

Segundo Ricardo Cardoso, gerente de Certificação Florestal do Imaflora, a medida fortaleceu a relação entre manejo responsável e mercado. “O reconhecimento do mel como um produto apto a ser certificado representa um avanço nas cadeias produtivas florestais. A certificação fortalece não apenas o conhecimento sobre a origem daquele produto, como também estimula as práticas responsáveis de manejo, amplia o acesso ao mercado e agrega valor à gestão da floresta. É uma das valiosas ferramentas para promover a conservação das florestas e dar uma destinação econômica associada ao uso responsável dos recursos naturais”.

 

O diretor executivo do FSC Brasil, Elson Fernandes de Lima, também destacou a relevância da certificação. “Com esta primeira certificação FSC de manejo florestal para mel, celebramos um passo importante para o maior reconhecimento do valor dos produtos não madeireiros e um olhar mais abrangente sobre as florestas vivas. Reconhecemos que elas são muito mais do que madeira – são fontes de alimento, energia, biodiversidade e sustento para milhões de pessoas. Isso é mais uma prova de que a conservação e o desenvolvimento andam juntos quando valorizamos tudo o que a floresta nos oferece, inclusive, e principalmente, as comunidades que dela dependem para sua vida e seu sustento”.

PRÓXIMOS PASSOS

O reconhecimento do manejo do mel nas áreas da Klabin é a primeira fase do processo. A etapa seguinte será a preparação da Associação dos Apicultores do Planalto Serrano Catarinense, formada por 26 produtores, para obter a certificação da cadeia de custódia. Esse avanço permitirá que o mel seja comercializado com o selo FSC®, agregando valor ao produto e abrindo novos mercados.

Além da cessão de áreas para instalação das caixas, a Klabin apoiou a formalização da associação, intermediou o diálogo com o FSC® e o Imaflora e colaborou na documentação exigida para a auditoria. “O selo não apenas valoriza o mel como produto, mas reconhece todo o contexto socioambiental de sua origem, fortalecendo a cadeia produtiva junto ao mercado e aos consumidores”, acrescentou Nogueira.

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