NotíciasPackaging no Brasil

Klabin indica que consumo de papelão ondulado deve avançar lentamente

“Olhando para 2023, a gente deve acompanhar o mercado na maioria dos segmentos”, afirmou Douglas Dalmasi, diretor do negócio de embalagens da empresa

Para Cristiano Teixeira, diretor-geral da Klabin, a demanda de papelão ondulado está dentro da “sazonalidade normal” neste primeiro trimestre, considerando que tradicionalmente há um recuo após as festas de fim de ano. Ou seja, até março o consumo ainda deve caminhar lentamente e, apesar de uma leve melhora, o segundo trimestre não é caracterizado por grandes volumes. Assim, a aceleração da demanda deve ganhar força a partir de julho, com pico em outubro.

De acordo com Douglas Dalmasi, diretor do negócio de embalagens da Klabin, dois setores relevantes para a companhia acabaram influenciando negativamente sua participação de mercado no quarto trimestre – o de frutas, que sofreu com condições climáticas adversas e o de proteínas, que exportou menos.

Além disso, segundo Dalmasi, outro fator importante foi a utilização maior de papéis de gramatura mais baixa da MP 27 na conversão das caixas, o que fez com que volume da companhia, em toneladas, fosse menor, porém, em metros quadrados, o resultado é melhor.

“Olhando para 2023, a gente deve acompanhar o mercado na maioria dos segmentos. Conversando com clientes do mercado de maneira geral e dos segmentos que tiveram um quarto trimestre mais difícil, a expectativa é melhor para o ano”, afirmou o executivo.

Este ano, a previsão é que a indústria continue crescendo mais que o PIB e, caso se concretize, os setores aos quais a Klabin está mais exposta podem reagir, aumentando a participação da companhia no mercado. “Mas ainda estamos olhando isso com muita cautela”, acrescentou Douglas.

Já em relação aos preços das embalagens de papelão ondulado, após o desempenho acima da inflação em 2022, espera-se que em 2023 acompanhem mais de perto o IPCA.

Por sua vez, o mercado de papel kraftliner possui excesso de capacidade e a demanda nos principais consumidores – Europa e Estados Unidos – permanece fraca, o que já comprimiu preços no último trimestre. “Mas também observamos o preço atingindo o custo caixa de produtores marginais, o que cria um patamar de preço em que o produtor de custo caixa alto tenha dificuldade de operar nos próximos meses”, observou o diretor do negócio de papéis da Klabin, Flávio Deganutti.

Segundo o executivo, a empresa colhe alguns benefícios por estar mais exposta ao mercado sul-americano e ter um mix próprio de produtos.

ELEVAÇÃO DE CUSTOS

A empresa reiterou, ainda, a expectativa de elevação dos custos de produção neste ano, na esteira do maior consumo de madeira de terceiros e do mix de produtos de maior valor agregado, que contribui para o aumento nessa linha.

Segundo Marcos Ivo, diretor financeiro e de relações com investidores da Klabin, o CPV (custo dos produtos vendidos) da companhia em 2023 deve mostrar alta de “dois dígitos baixos”, considerando-se IPCA em torno de 6%, a mudança no mix de produtos e o maior uso de madeira de terceiros nos primeiros sete anos do Projeto Puma II.

“A partir do segundo ciclo, o que significa a partir de 2025, começa a substituição da madeira de terceiros por própria. Essa é uma visão de ano, então pode haver alguma oscilação nos trimestres”, declarou o executivo.

Fonte
Valor Econômico
Mostrar mais
Botão Voltar ao topo