NotíciasPackaging no BrasilPapelão ondulado

Klabin firma acordo com fundo florestal para reduzir dívida e fortalecer caixa

Parceria estratégica prevê aporte de até R$ 2,7 bilhões e garante fornecimento de madeira sem comprometer a produção

A Klabin, uma das maiores empresas de celulose e papel do mundo, firmou um acordo estratégico com um fundo de investimento florestal, conhecido como Timo, que promete injetar até R$ 2,7 bilhões em caixa nos próximos trimestres. A transação envolve a venda de uma significativa área de ativos florestais da empresa, totalizando 60 mil hectares de florestas plantadas e 43 mil hectares de terras localizadas nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Inicialmente, a Klabin receberá R$ 1,8 bilhão pelo aporte desses ativos em quatro sociedades de propósito específico (SPEs), estabelecidas em parceria com o fundo, cujo nome permanece confidencial. Além disso, a companhia poderá arrecadar até R$ 900 milhões adicionais mediante a venda de ações nas SPEs para o Timo. “A transação possibilita à Klabin trazer recursos e acelerar a desalavancagem, mantendo as sinergias do Projeto Caetê”, afirmou o diretor financeiro e de relações com investidores da Klabin, Marcos Ivo.

O Projeto Caetê, lançado em 2023, consolidou cerca de 150 mil hectares de áreas florestais adquiridas da empresa chilena Arauco, incluindo 85 mil hectares de plantio de pinus e eucalipto e uma reserva de 31,5 milhões de toneladas de madeira. Com essa aquisição, a Klabin assegurou autossuficiência em matéria-prima para a sua operação no Sul do Brasil, reduzindo custos com compras externas. Marcos Ivo acrescentou que a Klabin seguirá como a principal compradora da madeira das áreas agora geridas em conjunto com o Timo, assegurando o fornecimento sem comprometer a produção.

A estrutura da transação define que, ao seu término, a Klabin ficará com 57% do capital total das SPEs, enquanto o fundo deterá 43%, preservando o controle da companhia. O aporte inicial do Timo será dividido em duas fases, sendo a primeira no primeiro trimestre de 2025 e a segunda no segundo trimestre. A expectativa é que essa operação reduza a alavancagem financeira da Klabin em cerca de 0,2 vez, considerando a relação entre dívida líquida e EBITDA, que atualmente se encontra em 3,2 vezes em dólares. Além disso, a expansão de capacidade de produção prevista para o próximo ano deve incrementar o fluxo de caixa.

Em resposta às condições econômicas e ao cenário de mercado, a Klabin revisou suas projeções de EBITDA, com a expectativa de elevar o resultado anual para R$ 9,5 bilhões até 2027. “Com aumento de volumes e melhora de mix, o EBITDA cresce, trazendo a alavancagem para baixo”, completou Ivo.

Adicionalmente, a Klabin anunciou mudanças em sua política de endividamento e dividendos, reduzindo o limite de alavancagem permitido durante ciclos de investimento e ajustando a distribuição mínima de dividendos.

Fonte
Valor Econômico
Mostrar mais
Botão Voltar ao topo