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Irani inicia operação de nova caldeira de recuperação

O novo equipamento prevê um aumento de 29% na produção celulose kraft marrom e incremento de 56% na geração própria de energia

A Irani está concluindo um investimento em expansão operacional que prevê um aumento de 29% na produção celulose kraft marrom e incremento de 56% na geração própria de energia. A melhoria em maquinários faz parte do Projeto Gaia I e tem potencial de elevar a empresa a um novo patamar de produção e eficiência.

Nesse sentido, o ganho de produtividade se dá pelo início das operações da nova caldeira de recuperação de químicos – equipamento capaz de gerar energia a partir de rejeitos de celulose. Por meio da queima do licor negro, um subproduto gerado pelo cozimento de rejeitos da celulose, a caldeira gera dois benefícios principais: a recuperação de componentes químicos como a soda cáustica – muito utilizada na indústria de papel; e a geração própria de energia, por meio do vapor de alta pressão resultante da combustão. Outras grandes empresas do setor já utilizam a máquina em suas operações, que possibilita redução de custos e ganhos operacionais.

Este é considerado o projeto mais importante da Plataforma Gaia, programa de crescimento e modernização da Irani, com aportes que somam R$ 1,06 bilhão focados no avanço operacional e sustentável da empresa no período entre 2020 até 2024. Até o primeiro trimestre de 2023, a companhia já investiu R$ 528,1 milhões no projeto Gaia I, o que inclui a instalação da caldeira, novos equipamentos e reformas na principal fábrica da empresa, em Santa Catarina.

Segundo Henrique Zugman, diretor dos Negócios de Papel e Florestal da Irani, o ganho com o projeto Gaia I é expressivo em termos de produção, redução de custos e sustentabilidade.

“Vamos aumentar em 29% a produção de celulose, o que nos permite vender produtos de maior valor agregado, de fibra virgem. A nossa fábrica em Santa Catarina fica muito competitiva. Temos 20 km de florestas no entorno e seremos praticamente autossuficientes em energia na principal unidade, e em termos de ESG a unidade traz todas as boas práticas”, afirmou o executivo.

Conforme a diretora do Instituto de Embalagens, Assunta Camilo, a tecnologia necessária para aproveitar o licor negro é específica e demanda forte investimento em capital. “Quem tem esse tipo de caldeira entra no clube das grandes, é um divisor de águas. O negócio cresceu, agora é possível dizer que a Irani vai para outro patamar”, declarou a diretora.

AUTOSSUFICIÊNCIA ENERGÉTICA

A unidade da Irani em Santa Catarina consome cerca de 21,5 megawatts por hora, sendo que a unidade já consegue gerar 14 megawatts para consumo próprio. Com a nova caldeira, a empresa incrementar de 7 à 8 megawatts de energia, o que torna a companhia independente da compra de energia no mercado livre.

A companhia possui a autossuficiência energética como uma de suas metas para 2030, de acordo com seu relatório de sustentabilidade. No entanto, o objetivo pode ser parcialmente alcançado já no final de 2024, pois a empresa pretende aumentar a capacidade das suas duas PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas), as unidades de Cristo Rei e São Luiz.

De acordo com Zugman, a companhia pode vender o excedente de energia elétrica produzida para o mercado livre a partir de 2025, desde que as barragens das duas PCHs fiquem cheias. “Vamos ter a redução de compra de energia primeiro, em seguida poderemos vender energia quando houver o enchimento das barragens somado aos projetos de repotenciação”, explicou o diretor.

“O retorno da plataforma Gaia independe das condições de mercado, porque a partir do momento que a caldeira estiver funcionando, eu deixo de comprar energia. Além disso, vou comprar menos biomassa no mercado porque vamos reaproveitar rejeitos do nosso pátio novo e ter o custo de manutenção menor, mas o principal ganho está em deixar de comprar energia”, concluiu Zugman.

Fonte
Estado de São PauloValor Econômico
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