Inovação e sustentabilidade: os novos paradigmas do mercado de embalagem
Por Amando Varella, Co-CEO e diretor de Marketing e Comercial da Papirus

O universo das embalagens de papel avança, a cada dia, rumo à inovação que viabiliza aplicações antes não imaginadas, rompendo limites e restrições graças ao desenvolvimento tecnológico e à visão de que a evolução do mercado passa, indubitavelmente, pela mudança de paradigma rumo à sustentabilidade.
É uma transformação que perpassa todos os elos da cadeia: dos designers que pensam as inovações aos fabricantes de papelcartão, como a Papirus — que tornam essas ideias possíveis a partir de operações sustentadas na economia circular —, passando pelas gráficas, como viabilizadoras dessas soluções, até os brand owners, que fazem escolhas de embalagens sustentáveis.
Esse ciclo virtuoso se fortalece e se expande cada vez mais para atender a um mercado que pleiteia produtos amigáveis ao meio ambiente e que, ao mesmo tempo, forneçam conveniência e facilidade, agregando valor muito além do conceito de commodity, em que o preço é o vetor da oferta.
Esse movimento requer que se repensem constantemente os produtos e a aplicação de materiais sustentáveis, inseridos em processos de economia circular, para que seja possível entregar as mesmas utilidades e conveniências com menor impacto ambiental.
Um exemplo concreto de como a inovação apoia a sustentabilidade e atende às novas tendências de consumo é o desenvolvimento de tecnologias de barreira no uso do papelcartão — material de grande potencial de reciclagem e que provém de uma matéria-prima extraída também a partir de processos sustentáveis. As tecnologias de barreira do papelcartão estão tornando possível acondicionar produtos tão diversos como bebidas, fármacos, insumos agrícolas e alimentos, protegendo-os contra umidade, gases e gorduras, além de oferecerem funcionalidades customizadas para cada necessidade.
A aplicação de barreiras químicas nos cartões, por exemplo, possibilita que, em diversos casos, essas embalagens substituam o plástico, ao mesmo tempo que são repolpáveis, biodegradáveis e compostáveis. Dessa forma, atendem às normas regulatórias e facilitam sua reinserção na cadeia produtiva, em um verdadeiro ciclo virtuoso.
Para os brand owners, isso representa a chance de inovar, atingir metas de sustentabilidade e explorar novos nichos. Para a indústria gráfica, abre novas oportunidades de agregar valor com um material versátil e ecologicamente correto. Para os fabricantes de papelcartão, possibilita oferecer soluções que vão muito além do papel como commodity, agregando valor aos seus produtos e a toda a cadeia de produção da embalagem.
Para fomentar esse movimento, empresas como a Papirus investem em inovação e no desenvolvimento de soluções que aliam desempenho e responsabilidade ambiental. A inovação permeia todas as áreas de atuação da Papirus, desde os processos produtivos até as soluções oferecidas ao mercado. Temos trabalhado intensamente em pesquisas e no desenvolvimento de produtos, buscando novos processos para fabricar embalagens sustentáveis.
Reforçando o nosso compromisso com a sustentabilidade, contamos ainda com o Programa Papirus Circular, que certifica e rastreia a origem dos materiais reciclados recebidos das cooperativas e de outras fontes, transformando-os em créditos de reciclagem, que são transferidos para os brand owners, auxiliando-os a cumprir as metas estabelecidas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). É um modelo sustentável que gera um real impacto positivo.
Mas nada disso é possível sem a participação ativa dos brand owners. Afinal, um produto sustentável só tem razão de existir se houver mercado para ele, e se os fabricantes das marcas de consumo impulsionarem esse movimento, exigindo que a especificação das embalagens considere os requisitos de sustentabilidade.
O mercado hoje visa uma nova experiência de consumo, pautada na menor utilização de materiais, no uso de materiais recicláveis e reciclados, que traduza novas demandas, atenda aos novos comportamentos e considere todo o seu ciclo de vida em um mapa de circularidade.
Assim, integrar inovação, sustentabilidade e colaboração entre todos os elos da cadeia fortalece o mercado de embalagens, impulsiona sua inovação e o transforma em um poderoso agente de impacto positivo para o meio ambiente, para as empresas e para a sociedade como um todo.