Gestão de resíduos e economia circular: aliados no combate a doenças e na proteção da saúde pública
Por Amando Varella, Co-CEO e diretor de Marketing e Comercial da Papirus

A gestão de resíduos e a economia circular tornaram-se importantes não apenas em termos ambientais, em face da Política Nacional de Resíduos Sólidos e da preocupação das empresas em avançar em sustentabilidade, como também constituem, hoje, um ponto de atenção para a saúde pública.
A relação entre a gestão eficaz dos resíduos e a saúde pública é clara: o descarte inadequado de resíduos sólidos pode favorecer a disseminação de diversas doenças, como as arboviroses, a dengue, a chikungunya e a zika.
É sabido que o lixo descartado incorretamente é um dos principais responsáveis pelo aumento da população de mosquitos transmissores dessas doenças. No entanto, a implementação de programas de logística reversa, reciclagem e reaproveitamento dos resíduos pode contribuir para reduzir esses focos, promovendo benefícios à saúde pública.
A economia circular, ao incentivar a reutilização e o reaproveitamento de materiais, promove um ciclo sustentável que vai além da proteção ambiental, impactando diretamente a redução de riscos à saúde.
No Brasil, as arboviroses atingem níveis epidêmicos, especialmente durante o verão, e a combinação de altas temperaturas com resíduos mal gerenciados cria condições ideais para a propagação de vetores de doenças.
Até 8 de março de 2025, o Ministério da Saúde do Brasil registrou 572.641 casos prováveis de dengue, além de milhares de ocorrências de chikungunya, zika e oropouche. Essa situação impacta significativamente não apenas o sistema de saúde, mas também a economia e a vida das pessoas.
Uma pesquisa da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG) mostra que os custos relacionados ao tratamento dessas doenças podem atingir a marca de R$ 5,2 bilhões. Além disso, a perda de produtividade devido ao afastamento de trabalhadores infectados contribui para a redução do Produto Interno Bruto (PIB), com estimativas de queda de até R$ 7 bilhões.
Iniciativas como a reciclagem e a coleta seletiva de outros materiais são estratégicos para a saúde pública, evitando o acúmulo de água em locais impróprios e, consequentemente, os focos de mosquito. A educação ambiental também desempenha um papel importante, sensibilizando a população para o impacto de seus hábitos de consumo e do descarte inadequado dos resíduos na propagação de doenças.
Transformar este cenário requer um esforço conjugado entre o setor público e o privado. Um exemplo positivo é o que temos feito na Papirus, que, desde a sua fundação, adota práticas de reciclagem como seu pilar central. O programa Papirus Circular demonstra claramente como o setor de papel pode não só contribuir para a preservação do meio ambiente, mas também para a melhoria da saúde pública, ao minimizar os resíduos e promover o reaproveitamento de materiais.
A indústria de papel tem demonstrado avanços significativos nas práticas de logística reversa e da economia circular, em um movimento que também contribui para a criação de um ciclo de vida mais responsável para os produtos. Sem dúvida, é um movimento que traz ganhos para todos, inclusive para a saúde pública.