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Fusão entre Smurfit Kappa e WestRock deve gerar gigante de packaging de US$ 20 bilhões

As duas empresas combinadas possuem valor de mercado de US$ 18,7 bilhões, e devem resultar em um “parceiro de embalagens preferido” no mundo

Dois dos maiores players da indústria de embalagens de papel estão em negociações avançadas para uma possível fusão, que deve criar um gigante global no setor com valor de mercado avaliado em cerca de US$ 20 bilhões.

A união da irlandesa Smurfit Kappa e da americana WestRock, nomeada Smurfit WestRock – que possuem valor de mercado combinado de US$ 18,7 bilhões, segundo cálculos do Financial Times baseados em dados da Bloomberg – resultará no “parceiro de embalagens preferido” no mundo, segundo comunicado da SK. Baseado nas receitas combinadas do ano de 2022, o faturamento do grupo será de cerca de US$ 34 bilhões.

Com sede global em Dublin e operações nas Américas com base em Atlanta, na Geórgia, a Smurfit WestRock será listada na Bolsa de Valores de Nova York e cancelará a listagem especial em Londres e a listagem na bolsa Euronext de Dublin. Dessa forma, a SK – que é a maior companhia de packaging da Europa – será a mais nova transferência de Londres para os EUA. Todavia, o grupo combinado deve manter uma listagem secundária em Londres, com a liderança de Tony Smurfit, presidente-executivo da companhia irlandesa desde 2015.

Não foram divulgados detalhes financeiros da proposta de fusão, que deve ocorrer por meio de um regime de acordo irlandês, uma transação de rotina legal que exige aprovação judicial.

Em 2018, a Smurfit Kappa rejeitou uma oferta de takeover da International Paper dos EUA, de quase US$ 9 bilhões, alegando que até mesmo a proposta melhorada não oferecia o devido valor ao grupo.

METAS E VANTAGENS DA FUSÃO

Conforme a SK, as duas companhias têm como meta a economia anual antes dos impostos de mais de US$ 400 milhões até o fim do primeiro ano após o negócio – assim, a Smurfit WestRock terá lucros ajustados antes dos impostos, depreciação e amortização de US$ 55,5 bilhões. Além disso, a união envolverá custos extraordinários de cerca de US$ 235 milhões.

A irlandesa destacou ainda “os fortes fluxos de caixa para crescimento futuro e retornos de capital”, acrescentando que a combinação das 500 operações e 67 fábricas das duas empresas dará à companhia resultante da fusão “um alcance geográfico incomparável” em 42 países, especialmente na Europa e nos Estados Unidos.

Diante desse cenário, o acordo traria benefícios para os acionistas, considerando a melhor eficiência operacional e no aumento dos retornos. No entanto, a fusão estará sujeita à aprovação regulatória e dos acionistas, sem previsão de quando o negócio deve ser concluído.

“Há uma forte lógica comercial”, disse Justin Jordan, analista de embalagens da Davy em Londres, acrescentando que, para grandes consumidores globais como a Amazon, a companhia resultante da fusão criará um “claro líder global” em embalagens. Ele afirmou que as sinergias esperadas são “eminentemente realizáveis” e que elas são até mesmo “uma estimativa conservadora”.

Fonte
Valor Econômico
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