Expectativa de crescimento do setor de papelão cai de 3% para 1%
“Não são números exuberantes, mas sustentam que o setor está em um ciclo promissor”, afirmou o novo presidente-executivo da Empapel, José Carlos da Fonseca Júnior

Segundo a prévia recente da Empapel, o mês de agosto alcançou recorde de volume de expedição de papelão ondulado desde o início da séria histórica, em 2005, marcando um bom momento para a indústria de papelão ondulado. Contudo, o setor tem adotado uma postura mais moderada considerando o desempenho no acumulado do ano – a expectativa inicial era de crescimento entre 3% e 3,5%, recuando para uma previsão de 1%.
A indústria de papelão é considerada termômetro do nível da atividade de consumo do mercado, e alcançou uma expedição de caixas, acessórios e chapas que somaram 365,969 mil toneladas em agosto, aumentando 0,5% na comparação anual no Índice Brasileiro de Papelão Ondulado (IBPO), para 163 pontos.
“Não são números exuberantes, mas sustentam que o setor está em um ciclo promissor”, afirmou em entrevista ao Valor Econômico o novo presidente-executivo da Empapel, José Carlos da Fonseca Júnior.
De acordo com o executivo, as previsões macroeconômicas têm sido revistas para cima mês a mês no país, e também o setor registra despachos mais fortes. Contudo, a retomada não tem sido homogênea e, mais recentemente, é sobretudo o setor de serviços, que tem pouca influência no consumo de papelão, que puxa a melhora das estimativas.
Fonseca ainda ressaltou que sua missão à frente da Empapel será fazer a entidade “decolar”, tornando a indústria brasileira mais conhecida dentro e fora do país. “É um setor que está do lado certo da equação do clima, com seus bioprodutos, e nossa visão é de um horizonte de muito dinamismo pela frente”, disse.
Nesse sentido, a substituição do plástico por embalagens de papel é uma tendência mundial que contribui para o horizonte otimista na demanda da indústria papeleira. Vale destacar a inauguração do Projeto Puma II, da Klabin, e a fusão entre Smurfit Kappa e WestRock como fatores que devem movimentar ainda mais o mercado e são exemplos da aposta no futuro do setor.
De acordo com presidente-executivo da Empapel, os mais de quatro anos de Ibá, que marcaram o início de sua trajetória no setor privado, mostraram tanto a relevância da indústria de base florestal quanto as sinergias que poderiam ser exploradas com as demais entidades do setor. “O Brasil é referência nessa área e tem de fazer valer essa capacidade cada vez mais como setor. As empresas já fazem isso com êxito, mas, como Empapel vamos mostrar a indústria”, finalizou.