Diante de instabilidades econômicas, setor de embalagens demonstra resiliência
Apesar do cenário favorável para o mercado de packaging, ainda há riscos a nível global para os fornecedores

A pandemia do coronavírus mudou definitivamente os hábitos dos consumidores. As restrições comerciais e os lockdowns impulsionaram o e-commerce e os pedidos delivery para patamares históricos – e essa tendência continua crescendo, ainda que moderadamente, e influenciando o setor de embalagens em papel.
Em 2020, o consumo de caixas de papelão cresceu 8,1% e, em 2021, mais 9,4%, segundo a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá). Apesar da demanda aquecida, essa indústria vem enfrentando problemas com a oferta restrita em razão dos problemas econômicos e a alta de insumos.
No caso da América Latina, a região tem sofrido consequências do período pandêmico mesmo dois anos após a chegada do vírus à região. As taxas de inflação altas e continuamente crescentes, que fizeram disparar os preços dos combustíveis e da energia, afetaram toda a cadeia de abastecimento e reduziram drasticamente o poder de compra da população.
Além disso, o governo brasileiro enfrenta um dos maiores aumentos de inflação da última década, enquanto a taxa de desemprego subiu para mais de 14% até o final de 2021. A nível global, existem problemas como a guerra entre Ucrânia e Rússia e alta de insumos e energia – trazendo riscos para os fornecedores.
Apesar desse cenário adverso, o segmento demonstra sua resiliência. Prova disso é que a disponibilidade de embalagens cartonadas deve aumentar em volume com novos projetos iniciados em meados de 2021, como o Puma II da Klabin e a expansão da WestRock em Três Barras. Apenas no primeiro trimestre de 2022, o Brasil exportou 60.000 toneladas de kraftliner para a América Latina, em comparação com 176.000 toneladas em todo o ano de 2021.
SUBSTITUIÇÃO DO PLÁSTICO
A preferência do consumidor, bem como um número crescente de novas legislações que proíbem os plásticos de uso único, está impulsionando a demanda do mercado por embalagens em papel, assim como soluções para a substituição dos plásticos.
Dessa forma, os principais produtores latino-americanos aceleraram suas inovações e estabeleceram metas para oferecer novos materiais à base de fibras, com foco, principalmente, no setor de food service.
Ademais, as empresas estão trabalhando para desenvolver tecnologia de barreiras à gordura, umidade e água, além de oferecer novas alternativas em embalagens cartonadas e flexíveis.
Diante desse cenário, apesar de alguns desafios à frente, o setor de embalagens de papel permanece otimista, com oportunidades de crescimento e fortalecimento, principalmente por meio da inovação e da sustentabilidade.