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Confira como a Voith eleva o preparo de massa para a indústria de papel reciclado

Em entrevista ao Portal Packaging, Rodrigo Ruffo, Gerente de Aplicação e Vendas da Voith Paper América do Sul, destaca como as soluções da companhia e automação 4.0 garantem eficiência, qualidade e menores custos

Divulgação/Voith

A crescente demanda por soluções sustentáveis está impulsionando o uso de fibras recicladas na fabricação de papéis para embalagem. No entanto, esse processo traz desafios técnicos que exigem sistemas robustos, tecnologias avançadas e uma gestão precisa do preparo de massa. A matéria-prima reciclada pode ter variações quanto à composição de fibras, níveis de contaminantes, entre outros.

Conforme pontua Rodrigo Ruffo, Gerente de Aplicação e Vendas da Voith Paper América do Sul, “é necessário um cuidado adicional com o sistema de preparação de massa para processar estes materiais. Os sistemas precisam ser robustos e confiáveis, para poderem processar de maneira adequada as fibras recicladas, gerando massa com qualidade para alimentar a máquina de papel”.

Para Ruffo, as questões mercadológicas também representam uma variável importante, “pois as variações de custo da matéria-prima podem levar os fabricantes a buscarem alternativas, que podem por outro lado impactar na performance, caso o sistema de preparação de massa não seja eficiente e versátil”.

A preparação de massa com fibras recicladas exige soluções que minimizem impurezas sem degradar a fibra útil. “Os processos de remoção de contaminantes já existem há muito tempo, mas a tecnologia vem sempre se aprimorando”, explica o gerente. Segundo ele, novos elementos de limpeza – como chapas e cestas peneiras de depuradores – e desenvolvimentos em separadores centrífugos têm sido fundamentais para melhorar a eficiência na separação de sujeiras e na conversão da matéria-prima em fibras individualizadas. 

CONTROLE DE CONSISTÊNCIA, REFINO E CARGA 

Há uma quantidade significativa de contaminantes de diversas características, formas e tamanhos. As matérias-primas podem estar contaminadas com plásticos, areia, grampos, isopor, vidro, parafusos, clips, etc. “Nos nossos sistemas o objetivo é remover os contaminantes o quanto antes. Cada subsistema da planta de preparação de massa tem uma função específica, para remover um ou mais tipos de impurezas”, explica Ruffo. Desse modo, a Voith busca retirar primeiro os contaminantes mais grosseiros e, na sequência do processo remove os contaminantes de menor tamanho. “Caso as impurezas não sejam removidas de maneira efetiva, as consequências são problemas de qualidade no papel, perda de resistências, perda de eficiência produtiva por quebras de folha na máquina de papel”, aponta o executivo.

Para garantir que a qualidade do papel final não seja prejudicada, é preciso controlar parâmetros de consistência, refino e carga ao longo de toda a planta. “A produção de papel necessita estabilidade desde a preparação de massa. Sem dúvida, quanto mais controlados os parâmetros, tais como consistência, fluxos, pressões etc., mais estável é o processo”, afirma Ruffo. Ele enfatiza que a etapa de refino “é muito importante para conferir as propriedades desejadas no papel. Quanto mais controlados os parâmetros ligados ao refino e quanto mais otimizada é a tecnologia dos discos de refinação, maior será o desempenho na fabricação de papel”. 

EQUILÍBRIO ENTRE QUALIDADE E CUSTO OPERACIONAL 

Manter o equilíbrio entre qualidade e custos de operação é outro ponto central. “Um grande desafio na produção de papéis fabricados com fibras recicladas é buscar um balanço saudável entre custos operacionais e a qualidade do produto final”, destaca o executivo. Segundo ele, quando o preço da fibra reciclada é baixo, costuma haver maior percentual de contaminantes, o que demanda tecnologias mais sofisticadas ou etapas de limpeza adicionais. “Temos sempre que analisar o produto final e definir o processo que permita o menor custo operacional, fornecendo a massa com as características desejadas”. 

CONEXÃO COM ESG E ECONOMIA CIRCULAR 

Além do aspecto econômico, a preparação de massa reciclada está diretamente ligada a metas ESG e ao conceito de economia circular. “Os sistemas de preparação de massa para matérias-primas recicladas estão fortemente ligados aos objetivos ESG das empresas e à economia circular”, afirma o Gerente. As novas tecnologias buscam reduzir consumo de energia, uso de água, perda de fibras e o impacto ambiental gerado pelos rejeitos. “Um exemplo é o uso potencial dos plásticos removidos no processo como insumo para geração de energia em caldeiras”, complementa. 

Divulgação/Voith

AUTOMAÇÃO 4.0 E BOAS PRÁTICAS OPERACIONAIS 

Nos últimos anos, a Voith investiu em inovações que combinam eficiência energética e automação 4.0. “Os equipamentos têm constantemente evoluído no sentido do aumento de eficiências e na redução do consumo energético. Além disso, uma grande inovação mais recente é o uso da tecnologia 4.0 como ferramenta de controle, visualização e monitoramento do processo”, explica Rodrigo Ruffo. Com ferramentas que detectam variações na qualidade da matéria– prima em tempo real, ajustes mais rápidos e assertivos são possíveis, elevando a produtividade e a qualidade da massa. 

Para manter essa performance, boas práticas operacionais são indispensáveis. “A performance ótima de um sistema de preparação de massa depende de vários fatores. Um bom programa de manutenção e inspeções nos componentes de desgaste são fundamentais. Matérias-primas recicladas sofrem desgaste, principalmente por conta do alto nível de abrasão das impurezas. Elementos desgastados perdem suas medidas originais e assim a eficiência é prejudicada”, alerta o gerente. 

Ele lembra que “a automação da planta também tem sido cada vez mais importante para o controle do processo e é essencial para sua estabilidade, sobretudo com as variações na matéria-prima ligada ao uso de material reciclado. E, não menos importante, é o time de operação, que, bem treinado, com ferramentas de processo adequadas em mãos, é chave para a alta produtividade e eficiência”. 

Olhando para o futuro, Rodrigo reforça que “a constante evolução tecnológica dos equipamentos aliada a um melhor controle de processo, principalmente com os avanços em automação e nas tecnologias 4.0, são o caminho para que a fibra reciclada possa ser cada vez mais utilizada em demandas cada vez mais exigentes”. 

Com essa combinação de inovação, sustentabilidade e investimento em pessoas, a Voith consolida seu papel de referência no preparo de massa reciclada para a indústria de embalagens. 

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