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Com tendência de alta demanda, produtores de papelão investem R$ 3,4 bilhões em expansão

Após 2021 recorde e 2022 mais fraco nas expedições de papelão, a expectativa para 2023 é de crescimento na ordem de 3% a 3,5%

Durante o ano de 2022, o segmento de papelão ondulado registrou um desempenho mais fraco. Após cinco anos de crescimento, as expedições nacionais de caixas, chapas e acessórios desse tipo de papel encerraram o ano com queda.

No entanto, grandes produtores instalados no Brasil estão investindo cerca de R$ 3,4 bilhões em novas fábricas, expansão de capacidade ou modernização de unidades existentes, com intuito de acompanhar o crescimento estrutural na demanda previsto para os próximos anos. A previsão é que já em 2023 o segmento recupere a trajetória positiva.

De acordo com a Empapel, baseado em estimativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é esperado um crescimento na ordem de 3% a 3,5% para este ano, sustentado principalmente pela expectativa de injeção de recursos públicos na economia, via PEC da Transição – que concede ao novo governo federal um reforço de R$ 145 bilhões no orçamento.

“Durante 2020 e 2021, o setor viveu momentos de estresse para garantir o abastecimento. A indústria quase chegou ao seu limite. Não houve ruptura, mas o prazo de entrega teve de ser dilatado”, lembrou a presidente do conselho da Associação Brasileira de Embalagens em Papel (Empapel) e diretora na Klabin, Gabriella Michelucci.

Em resposta a este período e à tendência de demanda crescente, grandes players do setor de papelão ondulado estão investindo em expansão.

INVESTIMENTOS

Líder nacional no mercado de embalagens de papel, com uma fatia de 24%, a Klabin está ampliando sua operação no Ceará, com um investimento de R$ 188 milhões. A empresa também está construindo uma nova planta em Piracicaba, no interior de São Paulo, com aporte de R$ 1,6 bilhão, incluindo cerca de 200 milhões em impostos recuperáveis.

A americana WestRock, que é vice-líder no mercado brasileiro, está perto de concluir um ciclo de investimentos na ordem de R$ 660 milhões e já analisa um possível novo pacote.

A Irani Papel e Embalagem, por sua vez, está investindo cerca de R$ 1 bilhão na Plataforma Gaia, que compreende diversos projetos de expansão, em andamento desde 2020, e ainda deve investir em novo ciclo de expansão com aumento da capacidade. Já a Smurfit Kappa fechou a aquisição da Paper Box, sem divulgar o valor da transação. Também há a CMPC, que ainda não atuava no mercado brasileiro de embalagens de papel, mas entrou no segmento com a compra dos ativos da Iguaçu Celulose, por R$ 946 milhões.

Segundo Gabriella, em 2022, após um primeiro semestre de consumo menor e migração dos gastos do consumidor para o setor de serviços – com o abrandamento das medidas para conter a pandemia –, a indústria de embalagens de papelão assistiu à retomada das encomendas a partir de agosto. Com isso, o movimento foi insuficiente para compensar a fraqueza dos meses anteriores.

Números do levantamento “Webshoppers”, da NielsenIQ | Ebit, por exemplo, mostram que o crescimento nominal das receitas do varejo on-line no 1º semestre foi de apenas 6%, contra 47% um ano antes.

“A gente sempre espera crescimento, mas 2021 foi um ano recorde, então essa queda em 2022 ainda mantém a indústria em patamar elevado”, explicou a executiva. Para 2023, se a previsão de crescimento da Empapel se confirmar, o setor voltará a superar a marca de 4 milhões de toneladas expedidas anualmente.

Fonte
Valor Econômico
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