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Água na caixa vende “inovação, experiência e sustentabilidade”, diz cofundadora

Segundo Fabi Szwarcgun Tchalian, a marca é a única sem uma embalagem transparente, mas é a mais transparente na comunicação com o consumidor

Segundo Fabi Szwarcgun Tchalian, cofundadora da Água na Caixa, a empresa não está na categoria de água, pois não concorre diretamente com as garrafas de plástico de água mineral. “O que vendemos são três coisas: inovação, experiência e sustentabilidade”, afirmou a executiva.

A marca, que se anuncia como a primeira água mineral carbono neutro do Brasil, vende água envasada em uma embalagem cartonada reutilizável, 100% reciclável, com matéria-prima 88% renovável. Na versão de 500 ml, 53% da embalagem é papel de madeiras de florestas certificadas e 35% plástico verde, de cana de açúcar, incluindo o topo e a tampa.

“Nossa caixa é a única que não tem embalagem transparente, mas é a mais transparente de todas na comunicação com o consumidor”, disse a empreendedora.

ORIGEM DO NEGÓCIO

De acordo com Fabi, a ideia para o negócio aconteceu durante uma viagem aos EUA, em que teve contato com a marca Boxed Water is Better. “Quando a garçonete entregou a bandeja, eu disse que tinha pedido água, não leite, porque veio uma caixinha branca em vez de uma garrafa pet. E ela respondeu que era água, sim”, contou.

“A estética foi a primeira coisa que me chamou atenção. E no momento seguinte, fui entender, no verso do produto, que havia uma razão de sustentabilidade por trás da caixinha por conta da pegada de carbono menor, do transporte mais efetivo e fontes de matéria-prima renováveis”, explicou Fabi, que tem como sócio o primo Rodrigo Gedankien.

Após o contato com a marca estrangeira, ela contatou o primo para que criassem algo parecido no Brasil, pois apesar de ser formado em design industrial, Rodrigo construiu uma carreira na área comercial. Fabi trouxe então a caixa da Boxed Water is Better de volta ao país e pesquisou a validade da ideia.

“Dentre essas conversas, um ex-diretor responsável por águas na Danone foi muito categórico e disse para não levarmos o projeto adiante porque água no Brasil não dava lucro”, lembrou a cofundadora. No entanto, outras pessoas, ao longo da construção do negócio, embarcaram na ideia e quiseram participar do empreendimento.

Assim, a dupla encontrou o primeiro time de sócios: Eduardo Eisler (ex-VP de estratégia de negócios da Tetra Pak no Brasil), Gabriela Onofre (com quem Fabi trabalhou na P&G e, mesmo após sua saída, tornou-se sua mentora) e Guilherme Sobral (um dos sócios do empório Casa Santa Luzia). No começo da operação, o irmão de Fabi, Marcelo Szwarcgun, entrou como sócio do negócio, para ajudar durante sua licença maternidade, mas, hoje, ele cuida da parte de supply chain.

OBJETIVOS DA MARCA

A cofundadora conta que a Água na Caixa foi lançada com três objetivos que até hoje são os mesmos:

  • Tornar o ato de beber água o mais simples e sustentável possível;
  • Ser “a primeira marca mineral a ocupar um espaço no coração do consumidor”; e
  • Tirar a água da “prateleira” de commodity e dar uma roupagem “artística” ao produto.

“Somos a primeira marca a incentivar a reutilização da embalagem. Como vou fazer a pessoa se sentir provocada a reutilizar aquele produto? Só se ele for muito bonito; caso contrário, vai jogar no lixo. Por isso, trazemos esse aspecto da arte para caixa”, ressaltou Fabi.

Nesse sentido, a empresa já produziu duas versões colecionáveis no último ano, convidando artistas para criar as artes da campanha – a primeira com o tema água e a segunda com o tema brasilidades. A companhia pretende lançar edições colecionáveis duas vezes por ano.

PEGADA DE CARBONO NEUTRA

Em sua embalagem, a Água na Caixa afirma que “ainda não somos perfeitos, mas vamos chegar lá”, se referindo à porcentagem (88%) de materiais renováveis das caixinhas. Foi com o foco em sustentabilidade que a empresa determinou, após o primeiro ano de operação, que compensaria suas emissões de carbono.

“Fizemos um estudo em colaboração com a WayCarbon e chegamos à conclusão de que a nossa pegada de carbono é três vezes menor do que a da garrafinha de plástico. Mesmo assim, decidimos compensar para nos tornarmos a primeira e única água mineral carbono neutro do Brasil”, explicou Fabi.

Para compensar essa emissão, em parceria com o Programa Amigo do Clima, a Água na Caixa escolheu o projeto de Redução do Desmatamento e da Degradação Florestal no Pará (REDD).

NOVOS PRODUTOS

Conforme a cofundadora, ainda este ano a empresa vai lançar três produtos que complementam a “jornada de hidratação” do consumidor. Um deles é uma água com gás — uma demanda constante dos clientes, segundo a empreendedora.

O segundo produto deve ser voltado para o público infantil, apesar de ainda não divulgarem detalhes. “Ele será voltado para a questão da saudabilidade. A minha geração bebeu refrigerante quando era criança de forma natural. Passados 30 anos, eu tenho uma filha pequena e não dou refrigerante para ela de jeito nenhum. Por outro lado, o que dou no lugar? Um suco de caixinha. Mas a melhor coisa é dar água”, disse Fabi.

O terceiro produto, previsto ainda para este semestre, é um pó que, dissolvido em água, ajudaria a melhorar a hidratação do corpo. “Vou usar o exemplo do soro caseiro, que tem na fórmula sal, água e açúcar para explicar o funcionamento. A mistura do sal e açúcar faz com que as células do corpo ‘bebam’ mais água. É mais ou menos isso que eu posso dizer até agora sobre a proposta deste novo produto”, contou a executiva, que faz questão de deixar claro que este não será um isotônico, e sim uma nova categoria de produto a ser lançada pela marca.

Atualmente, a Água na Caixa está nos principais supermercados regionais de São Paulo, como Mambo, Hirota, Pão de Açúcar, Carrefour, St. Marche e empórios como Eataly, Santa Luzia, Santa Maria e São Paulo. São mais de 6 mil pontos de venda abastecidos pela empresa, que tem capacidade de produzir mensalmente 4 milhões de unidades de caixinhas.

Fonte
Projeto Draft
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